21/08/2009

A paixão e um coração com medo de se apaixonar

Parei. Sem saber bem o porquê. Ali fiquei. Imóvel. A sua beleza era encantadora e cativante. Há muito que nada me prendia o olhar desta maneira. Sentei-me, junto dela. Limitei-me a observá-la, a admirar tamanha beleza. O tempo escasseava e tive de ir embora, mas como havia prometido, voltei lá no dia seguinte. E no outro. E no outro... Ao fim de uma semana de visitas diárias quis admirá-la ainda mais tempo. Não sei bem porquê mas tava mais difícil do que em qualquer outro dia anterior sair dali. O dia caia e a lua brilhante tornava-a ainda mais especial e bonita. Queria parar o tempo para que pudesse ficar ali, até gastar tamanha beleza. Meus olhos nem piscavam, com medo de, quando voltasse a abri-los, tudo tivesse desaparecido e não tivesse passado de um sonho. Infelizmente, não podia ficar para sempre ali. Levantei-me e quando estava para ir embora, sempre a olhá-la, ouvi uma voz que me disse "Não me deixes outra vez aqui assim...sozinha. Preciso de ti para encantar! Quando te vais embora perco a cor, parte da minha vida...Preciso de estar contigo para que continue a ter este encanto que te cativou!". Fiquei sem saber se devia virar costas e voltar lá mais um dia ou se, desta vez, a levaria comigo. Algo em mim me dizia que devia continuar com as visitas diárias e com a admiração que tinha pois, ao levá-la comigo, podia estar a matá-la aos poucos e aí perdia eu a sua beleza e companhia e ela também perderia quem a admirasse e perdia a sua vida! Mas por outro lado, tê-la do meu lado a toda a hora, seria tão bom.... Decidi arancá-la...levá-la comigo e retribuir todo o encanto com que me presentiava. Os dias foram passando e cada vez a admirava mais e acreditava que tinha feito a escolha certa. Porém, chegou um dia em que ela se encontrava mais triste, menos viva e bela do que o habitual. Alimentei-a...sorri para ela. Mas pareceu em vão. A medo soltou um brilho e ganhou um pco mais de vida. Fiquei feliz por estar a conseguir, pois temi estar a perdê-la. No dia seguinte...mais triste ainda...ainda menos viva...mais frágil. Juntei algumas das minhas escassas forças para a recuperar mas parecia em vão, pois a cada segundo só me perguntava se trazê-la comigo teria sido mesmo a melhor decisão, ou se, tal como pensara, a estaria a matar aos poucos. Uma lágrima correu o meu rosto caindo sobre ela...e brilhou um pouco, quase como o brilho dela quando a lua nela se reflectia.

(Continua...)

2 comentários:

Anónimo disse...

Há poucas pessoas que nos marcam assim.

Beijinhoo

Sílvia disse...

Escreves cd vez melhor amor.
Tá lindo! Adorei mesmo...

Fico à espera sa continuação.

Bjinhos

Amo-te <3